Os minerais quelados são de alta absorção. Sabemos que o nosso organismo precisa de minerais, mas alguns deles apresentam uma absorção reduzida; neste sentido, os minerais quelados são importantes.
O que são minerais quelados?
São minerais ligados a um aminoácido e que possuem maior capacidade de serem absorvidos pelo organismo. A vantagem destes minerais é a sua maior biodisponibilidade, ou seja, a absorção pode chegar até 90% de absorção contra 10 a 20% dos minerais inorgânicos. Além disso, não interferem na absorção de outros nutrientes, tampouco causam efeitos colaterais ou dopping.
O que é o zinco quelado?
O zinco quelado é uma forma de suplementação que consiste em uma molécula de zinco ligada a um aminoácido. Tal ligação é importante para aumentar a absorção do mineral pelo organismo, já que o zinco sozinho é pouco absorvido.
Além disso, o zinco quelado é uma forma mais segura de consumo do mineral, já que evita possíveis efeitos colaterais associados ao excesso de zinco no corpo.
Para quem é indicado o zinco quelado?
O zinco quelado é indicado para pessoas que apresentam deficiência do mineral, detectado por meio de exame de sangue.
Pode ser usado em suplementos visando o aumento da imunidade, para o tratamento de problemas do aparelho genital masculino como fertilidade e impotência, contribuir para fertilidade feminina, durante a gravidez e lactação, fases de maior necessidade. Também é importante para pessoas com dietas insuficientes em proteínas, como no caso de anorexia, desnutrição e alcoolismo.
Na saúde da mulher, ajuda no controle dos sintomas associados à tensão pré-menstrual e depressão pós-parto. Devido a sua ação antioxidante, pode ser recomendado no tratamento de doenças da pele, artrite reumatóide, prevenção do envelhecimento e na cicatrização de feridas.
Zinco e sua importância para a saúde.
O zinco é um mineral encontrado em todas as partes do corpo, com função estrutural e participação de muitas reações do metabolismo celular, incluindo sistema imune, defesa antioxidante, crescimento e desenvolvimento.
O mineral é essencial para a saúde da pele, pois participa da produção de colágeno, combate os radicais livres- substâncias que danificam as células e estão associadas ao envelhecimento, ajudam na cicatrização, tem ação antisséptica e controle da secreção das mucosas.
Se houver deficiência de zinco, observamos uma diminuição do hormônio IGF-1, sintetizado no fígado em resposta ao hormônio do crescimento (GH). Este hormônio tem papel importante no crescimento, desenvolvimento da musculatura, resposta da insulina e redução dos níveis de glicose no sangue e diminuição da gordura corporal. Diante disso, níveis adequados de zinco são essenciais para as pessoas que têm diabetes ou outras doenças crônicas.
Um dos papéis mais importantes é na imunidade, já que o mineral ajuda na produção dos linfócitos, células que realizam a defesa do organismo contra corpos estranhos como vírus, bactérias e fungos.
O zinco está envolvido com o desenvolvimento cognitivo, pois é essencial na formação de novos neurônios, movimentação destes neurônios e ligação entre eles. O mineral também tem mostrado eficácia no tratamento da depressão e ansiedade, além de participar do processo de adaptação da visão noturna.
Seu papel é crucial no crescimento e na divisão das células, sendo necessário na síntese de proteínas e de DNA, no metabolismo dos ovários e testículos e no funcionamento do fígado. Uma vez que está presente na estrutura de muitas enzimas, está ligado ao metabolismo de proteínas, carboidratos, lipídios e energia.
Diante de tantos benefícios, devemos manter as quantidades adequadas do mineral no organismo. Uma forma de consumir o zinco é por meio do zinco quelado – um tipo de suplementação que apresenta maior absorção pelo organismo, conforme vimos anteriormente.
Alimentos fonte de zinco
O zinco é encontrado especialmente em alimentos de origem animal como ostras, carne de boi ou fígado, frango e queijo. Os alimentos de origem vegetal que contém zinco são as sementes de abóbora e papoula, gérmen de trigo, gergelim, soja e oleaginosas como amendoim, amêndoas, castanha de caju e amendoim.
O chocolate amargo, acima de 70% de cacau, também é uma ótima fonte de zinco.
Quantidade de zinco no corpo
Nosso corpo contém cerca de 2 ou 3 gramas de zinco, sendo que não temos locais específicos conhecidos de armazenamento do mineral, por isso é necessário o consumo regular do mineral na dieta.
O zinco é encontrado em todo o corpo: 60% dele nos músculos, 30% nos ossos e cerca de 5% na pele. Os homens precisam de mais zinco do que as mulheres porque o sêmen contém 100 vezes mais zinco que o sangue; diante disso, a quantidade recomendada de zinco para homens adultos é 1/3 maior do que para mulheres.
Primeiros sinas de deficiência do zinco
A deficiência de zinco pode estar associada à anorexia; retardo no crescimento e defeito no crescimento fetal; dificuldade na cicatrização; intolerância à glicose pela diminuição de produção de insulina; impotência sexual e atrofia testicular; menor utilização de vitamina A e, consequentemente cegueira noturna. Além disso, pode gerar alterações imunológicas, ocorrendo infecções recorrentes; alteração no paladar; desordens de comportamento, aprendizado e memória; diarreia, dermatite e queda de cabelo.
Quais os fatores que podem contribuir para a deficiência de zinco?
Alimentação desbalanceada com inadequado consumo de zinco; ingestão de fitatos e fibras- substâncias que diminuem a biodisponibilidade de zinco. A desnutrição e a má absorção associada às doenças do trato gastrointestinal como diarreia e inflamação do intestino, também podem afetar a absorção do nutriente.
Como consumir o zinco quelado?
O zinco quelado pode ser recomendado em pó, capsulas ou comprimidos. A dose a ser recomendada varia de acordo com a fase da vida, a idade e o gênero, sendo importante seguir as recomendações do médico e nutricionista. Mulheres adultas, com idade acima de 18 anos precisam consumir 8,0 mg de zinco por dia; já os homens de 18 anos em diante, a recomendação é de 11 mg.
Excesso de zinco: o que pode causar?
Os efeitos colaterais associados ao zinco quelado não foram descritos. Porém em relação aos sais inorgânicos de zinco, quando consumidos em altas doses, normalmente acima de 4g, podem causar redução na absorção de ferro e cobre, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal, febre e alteração do sono.
Referência
Mafra D, Cozzolino SMF. Importância do zinco na nutrição humana. Rev. Nutr. 17 (1) • Mar 2004 • https://doi.org/10.1590/S1415-52732004000100009.